O que é o OEE?
Iniciamos com uma frase muito comum no mundo corporativo: “É preferível não ter nenhuma informação a ter uma incorreta”. Porém ter informação é fundamental para se avaliar a saúde de uma indústria e guiá-la para uma melhora de desempenho. Usar métricas significativas é crucial para acompanhar a evolução e avaliar se os esforços estão sendo bem-sucedidos. E o ideal é manter essas métricas simples.
Nas grandes indústrias, um indicador bastante usado e fundamental é o OEE. Este conceito do OEE, que significa “Overall Equipment Effectiveness” (do inglês Eficácia Global do Equipamento) tem como objetivo responder a três perguntas importantes:
- Meus equipamentos estão disponíveis para trabalhar por quanto tempo durante um turno/dia?
- O quão rápido estou produzindo?
- Quantos produtos foram produzidos com qualidade, ou seja, que não geraram retrabalho/refugo?
Quando você dirige um carro, confia em uma métrica, velocidade, para lhe dizer muito do que você precisa saber:
- Diz se você está operando o carro de forma segura,
- Se você corre o risco de cometer uma infração,
- Fornece uma estimativa de quanto tempo levará para chegar ao seu destino,
- Informa como utilizar o veículo pensando em fazer manutenções preditivas.
Muitas outras coisas estão acontecendo, algumas das quais são visíveis no painel, mas a maioria delas você não precisará monitorar a menos que um problema ocorra. Haverá momentos em que você desejaria saber mais, o que poderia economizar dinheiro com manutenção preditiva, mas a carga de analisar todas essas informações geralmente é alta demais.
O mesmo é verdade para os gestores de uma fábrica. Quando eles saem do escritório, querem saber o que está acontecendo na fábrica de forma rápida e não um briefing de uma hora. Eles querem uma única métrica, que lhes diga se eles podem relaxar ou precisam começar a analisar mais a fundo para tentar entender o que está dando errado.
Esta é mais ou menos a lógica do OEE. Os defensores do OEE afirmam que, ao contrário de outras palavras-chave de fabricação do passado, o OEE é diferente. A Vorne Industries Inc., que projetou produtos para ajudar a medir o OEE, diz que a métrica reduz verdadeiramente os problemas de produção complexos apresentando informação simples e intuitiva.
O fascínio do OEE é que ele exerce o potencial de “espremer” mais produção de uma determinada instalação sem necessariamente fazer imediatamente um investimento em novos equipamentos ou pessoal adicional. A ideia principal é o aproveitamento máximo possível do que está disponível naquele momento.
Mas como é a estrutura do OEE?
O OEE é um indicador de desempenho chave (KPI, ou Key Performance Indicator) que é definido como o produto matemático não dimensional de disponibilidade, desempenho e qualidade, de forma simples:
“Disponibilidade” X “Desempenho” X “Qualidade” = OEE
Leia-se:
- “Disponibilidade” o tempo em que os equipamentos disponíveis na fábrica estão operando
- “Desempenho” compara a capacidade de produção real com a capacidade máxima apresentada pelo fabricante
- “Qualidade” como está a produção desses equipamentos em termos de produtos que não precisam de reparo ou retrabalho por defeito, isso é, quantas peças boas eu produzi
Então, se o OEE é 100%, isso significa que “tudo é tão bom quanto poderia ser”. Ele mede o quanto de coisas que fiz, que posso vender versus o quanto eu poderia ter feito, se fizesse tudo certo“, disse Todd Smith , gerente de produtos da Rockwell Software.
Há variações em como esses cálculos são aplicados. Algumas empresas medem a disponibilidade em um padrão 24/7, independente da demanda. Outras empresas ajustam o cálculo para medir a disponibilidade do equipamento apenas durante os horários em que realmente conseguiria produzir.
A LNS, uma empresa que atua no setor de fabricação de equipamentos para a indústria e que aplica o conceito do OEE como parte de seu produto. “A eficácia geral do equipamento é uma ferramenta padronizada que não permite que plantas individuais ou tomadores de decisão escondam os pecados”, disse Matthew Littlefield, presidente da LNS e seu analista principal. “Em vez disso, o OEE permite maximizar o desempenho destacando as áreas críticas que devem concentrar esforços de melhoria contínua. Sem esquecer que o OEE esteja sendo usado para maximizar o desempenho global da cadeia interna de suprimentos”.
Origem do OEE
A métrica originou-se no Japão na década de 1960, como uma ramificação do movimento de controle de qualidade. Não foi exatamente um sucesso do dia para a noite. Mas a métrica vem ganhando popularidade, como na indústria de embalagens que é altamente competitiva . Os fornecedores de embalagens estão constantemente sendo pressionados a aumentar a produtividade.
Tom Jensen, gerente de desenvolvimento de negócios OEM para a Lenze Americas, que fabrica equipamentos de automação de embalagens, diz que melhorias de produtividade de até 40% podem ser alcançadas por metodologias de melhoria de processos como o Six Sigma. O OEE pode então ser usado para rastrear a eficácia dessas iniciativas. Mas, para usar o OEE de forma mais eficaz, eles devem “medir e exibir o OEE em tempo real para os operadores, juntamente com informações de suporte que permitem que a equipe de operações compreenda as causas raiz das perdas de disponibilidade , desempenho ou problemas de qualidade”, disse Mark Davidson, analista principal na LNS Research.
Numa pesquisa aplicada pela LNS em 1.000 empresas de grande porte e tradição dos EUA, foi analisado o padrão de uso e valores obtidos do OEE de maneira segmentada. Veja os destaques:
- As empresas de dispositivos médicos são as que atingem o nível mais alto, 91%.
- Empresas do ramo aeroespacial e de defesa (A & D), e semicondutores, estão na parte inferior da lista com 75 e 75,5 %, respectivamente.
- A pontuação média global é de 85%.
Também foram avaliadas empresas dos segmentos automotivo, eletrônico e equipamentos industriais.
Em resumo, o OEE é um alerta que mostra onde você está perdendo dinheiro na sua produção industrial, ele pode ser uma forma de aumentar o lucro da sua empresa.
“O OEE fornece uma maneira de calcular a eficácia da máquina e identificar as perdas”, disse Gary Lerner, diretor de estratégia de produtos da Systech International. “Não é uma pílula mágica que você engole e de repente o equipamento melhora. É uma métrica que diz se você está ganhando ou está perdendo”.
Este conteúdo foi traduzido e adaptado de Thomasnet
Formado em Gestão da Tecnologia da Informação. Trabalha na HarboR desde 2016 atuando na Gestão de Projetos e Suporte da HarboR e na estruturação interna do PMO.