Variação é sinônimo de falta de qualidade?
É impossível criar duas coisas exatamente iguais. Você concorda com esta afirmação?
A olho nu, algumas coisas parecem ser exatamente iguais, mas se melhorarmos a precisão (por exemplo, usarmos uma lupa), com certeza serão observadas algumas variações, muitas vezes sutis, mas existentes.
O sonho de qualquer gerente de produção em série é fazer com que seus processos forneçam produtos o mais semelhantes possíveis. Porém, quando realizadas medições no produto, observam-se diferentes valores. Por mais robusto que seja o processo, por que variações estão sempre presentes?
Vamos exemplificar de uma maneira bem divertida: TIRO AO ALVO
O processo é simples: você precisa selecionar uma pistola, munição, se posicionar, mirar e atirar. Quanto mais próximo do ponto central do alvo, mais pontos você ganha.
Digamos que numa primeira tentativa de 5 tiros, você percebe que precisa melhorar, e muito!
- Resultado dos 5 tiros:
Logo, faz um levantamento de possíveis causas que influenciam no resultado do tiro e as possíveis soluções:
Causas de Variação Ações Gatilho enferrujado Trocar o gatilho Mira descalibrada Calibrar a mira Munição irregular Padronizar o tipo de munição Falta de prática do atirador Praticar mais Depois de executar os ajustes acima (incluindo muitas horas de treino), você volta a atirar novamente 5 vezes.
- Resultado dos 5 tiros depois das ações:
Observe que depois de eliminar as causas conhecidas, os resultados estão bem melhores, mas ainda assim existem variações.
Isso se explica pois mesmo eliminando as causas conhecidas, existem variações que não se podem eliminar por completo. Por isso, as variações são classificadas em dois grandes grupos: Variação em função de uma CAUSA ATRIBUÍVEL e variação em função de uma CAUSA ALEATÓRIA.
- Causa Atribuível: Em geral é única, no entanto suficientemente grande para produzir perturbações fortes no processo. É um evento que ocorre uma vez ou ocasionalmente, mas em períodos irregulares.
- Causa Aleatória: É relativamente pequena, mas ocorre quase sempre e em grande número, afetando a variabilidade do processo. É o acúmulo dessas causas num certo período de tempo que da existência à variável aleatória.
E por que é tão importante entender os tipos de causas de variação? A resposta é simples: para entender quando que uma ação deve ser tomada.
Não adianta ficar trocando o gatilho a cada tiro, isso não vai diminuir a variação dos acertos, vai fazer apenas com que você gaste mais tempo podendo até obter o efeito contrário (conhece a frase “se não está quebrado, não conserte?“).
CONCLUSÃO: nem toda variação é sinônimo de falta de qualidade, e para uma gestão otimizada de processo, é necessário entender os tipos de variações e como tratá-las.
Agora só falta saber como identificar se uma variação é função de uma causa especial ou uma causa aleatória.
Você pode encontrar uma prévia deste assunto no post Gráfico de Controle por Variável, mas iremos discutir mais nos próximos posts.
Engenheira de Alimentos pela UFSC com certificação Green Belt. Trabalha na HarboR desde 2009 atuando na capacitação, implementação e suporte técnico na área de Controle Estatístico de Processo e Qualidade em diferentes áreas da indústria.
La gestión de calidad se centra no solo en la calidad de un producto , servicio o la satisfacción de sus clientes, sino en los medios para obtenerla. Por lo tanto, la gestión de calidad utiliza al aseguramiento de la calidad y el control de los procesos para obtener una calidad más consistente. Así que la variabilidad puede llegar a ser un factor de pocos controles de calidad.